Impactos da crise climática no campo podem
deixar brasileiro com menos feijão no prato, diz pesquisa
Produtividade das lavouras se contrapõe à expectativa de maior demanda
pelo produto projetada para 2050.
Pesquisadores sugerem investimento na geração
grãos mais tolerantes às altas temperaturas entre as possíveis soluções.
As mudanças
climáticas devem atrapalhar a produção de feijão no Brasil. Um estudo indica
que, em meados de 2050, a temperatura nas regiões de plantação deve subir até
2,8°C.
O novo cenário se contrapõe à expectativa de maior demanda pelo alimento
no futuro.
A
produção de feijão terá que crescer em torno de 44%, aproximadamente 1,5 milhão
de toneladas a mais do que é produzido hoje, para se manter como protagonista
na refeição do brasileiro daqui a 27 anos.
Esse
incremento deverá acontecer em um ambiente desfavorável para as lavouras do
ponto de vista do clima, levando em conta dados do Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas (ONU).
A
solução seria o desenvolvimento de feijões mais tolerantes às
altas temperaturas, adoção de políticas públicas para expansão de novas áreas
de produção e conservação ambiental, de acordo com uma pesquisa da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
"Cultivares
que sejam mais adaptados a 'sofrerem menos' em um clima adverso poderão trazer
uma garantia a mais ao produtor que investe pesado em resultados para sua
lavoura", explica Luís Antolin, que é pesquisador da Esalq/USP.
G1