Supermercados resgatam plano de vender remédio, e
farmácias reagem.
Projeto
de lei para liberar venda de medicamentos sem prescrição tramita na Câmara.
Voltou a esquentar nesta semana uma briga que se arrasta há mais de uma década entre
supermercados e farmácias.
Está no radar de votações da Câmara dos Deputados
um projeto que pode liberar os supermercados para venderem
medicamentos isentos de prescrição (MIPs), como xaropes, analgésicos
e antiácidos.
O PL 1774/19, abre discussão sobre a quebra do
monopólio das farmácias na venda desses remédios e opõe os dois setores que são
diretamente atingidos pela proposta.
De um lado, a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de
Farmácias e Drogarias), contrária à mudança, afirma que a presença de um
farmacêutico é essencial para tirar eventuais dúvidas dos clientes e evitar
complicações médicas com o mal uso desses remédios.
Do outro, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) diz
que a quebra da reserva de mercado vai diminuir os preços desses medicamentos e
que já elabora uma cartilha preparando as empresas para receberam as mudanças.
Em comunicado aos deputados, a Abrafarma avalia que os MIPs
representam 30% das vendas das farmácias e que mais de 2 milhões de
funcionários serão impactados com a possível queda na receita.
Além disso, o
setor observa que a falta de informação sobre os produtos pode comprometer a
saúde das pessoas, causando intoxicação por uso indevido, por exemplo.
O
vice-presidente da Abras, Antonio Longo, afirma que toda a rede de
supermercados será treinada para receber os medicamentos em suas gôndolas.
Serão adicionados de 50 a 100 MIPs no circuito de vendas e a ideia é que
somente 5% dos supermercados possam comercializar remédios neste primeiro
momento, enquanto todo o setor vai sendo padronizado.
FOLHA DE SÃO PAULO