Depois de um
Carnaval tardio em março, o ano de 2019 deve começar para valer no Brasil, com
as atenções dos investidores voltadas
para as articulações políticas
para aprovar a reforma da Previdência no Congresso. A expectativa é de aumento
da instabilidade dos mercados financeiros, em meio às dificuldades da equipe
econômica em manter o texto da reforma e um mínimo de redução de despesas que
garanta o equilíbrio da Previdência e das contas públicas no longo prazo e
interrompa o crescimento explosivo da dívida do governo.
Jair Bolsonaro
mostrará se tem condições de levar adiante um ajuste mais forte ou se vai
preferir evitar conflitos e fechar questão com uma reforma mínima que não
desgaste sua popularidade e a dos parlamentares, especialmente junto a grupos de
influência como policiais e servidores públicos e trabalhadores rurais.
Um pouco dessa instabilidade já foi vista em fevereiro, quando o Índice
Bovespa perdeu 1,86%, depois de subir mais de 10% em janeiro. Março deve ter
também definições importantes no cenário externo, como o acordo entre China e
EUA para colocar um fim na guerra comercial que ameaça a economia mundial, e o
fim do prazo para a saída do Reino Unido da União Europeia. Será também a
primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob comando do novo
presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
- 13 ações com ao menos 4
indicações
Mas os analistas das 17 corretoras acompanhadas pelo Portal do Pavini
reforçam seu otimismo com a bolsa de valores e seguem prevendo que alguma
reforma da Previdência será aprovada e dará impulso para o Índice Bovespa no
médio e no longo prazo. As indicações das corretoras para este mês mantêm as
principais ações de fevereiro, lideradas por Petrobras, Banco do Brasil e Itaú
Unibanco.
Mas em vez de 10 papéis, neste mês são 12 com mais de quatro indicações.
E há um número maior de empresas voltadas para o mercado interno e consumo,
como Localiza, Lojas Renner, Via Varejo e IRB, ligado ao setor de seguros.
Gerdau também pode ser vista como uma opção ligada ao crescimento, pelo
fornecimento de vergalhões para a indústria da construção, e também defensiva,
por suas operações nos Estados Unidos. Suzano também entra na lista das
proteções, por sua receita em dólar pelas exportações de celulose. E os
próprios bancos pegam a onda da retomada do consumo ao financiar via crédito os
compradores.
Outro destaque das carteiras deste mês, é a Vale, que era uma das ações
preferidas dos analistas até janeiro, com quatro ou mais indicações, e que
neste mês conseguiu apenas três, ficando de fora das preferidas. A mineradora
foi fortemente impactada pela tragédia de Brumadinho, ocorrida em 25 de
janeiro, tanto em termos de imagem quanto financeiramente, com multas e riscos
de indenizações, e em termos operacionais e administrativos, com paralisação de
minas e novas exigências para as barragens e sistemas de segurança. Os
desdobramentos das investigações culminaram com a saída do presidente da Vale,
Fabio Schvartsman, no fim de semana, a pedido das autoridades. Diante dessas
mudanças, muitos analistas querem aguardar os desdobramentos da tragédia e a
apuração de responsabilidades antes de continuar indicando o papel da
mineradora
- Confira abaixo as 13 ações mais indicadas
entre 17 corretoras acompanhadas pelo Portal do Pavini.
As preferidas das corretoras
|
|
|
Março
|
Código
|
Indicações
|
Petrobras PN
|
PETR4
|
12
|
Banco do Brasil ON
|
BBAS3
|
7
|
Itaú Unibanco PN
|
ITUB4
|
7
|
Gerdau PN
|
GGBR4
|
6
|
Rumo ON
|
RAIL3
|
6
|
Localiza ON
|
RENT3
|
5
|
Suzano Papel ON
|
SUZB3
|
5
|
B3 ON
|
B3SA3
|
4
|
Braskem PNA
|
BRKM5
|
4
|
IRB
|
IRBR3
|
4
|
Lojas Renner ON
|
LREN3
|
4
|
Via Varejo Unit
|
VVAR3
|
4
|
Usiminas PNA
|
USIM5
|
4
|
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