O Banco Central definirá, até dezembro, um modelo
geral para o funcionamento do "open banking" no país para ser
implementado a partir do ano que vem. Em linhas gerais, essa tecnologia
possibilita a terceiros acessar e até mesmo movimentar recursos de contas
bancárias - desde que com a autorização do cliente. O princípio é que os dados
financeiros são dos usuários, e não das instituições financeiras.
A formatação pelo BC, já em discussão com os
bancos, vai delimitar questões como a sistemática de compartilhamento dos dados
bancários dos clientes, escopo de serviços que podem ser oferecidos e tipo de empresas
que podem atuar nessas plataformas abertas, além de prazos de implementação. No
mercado, uma das grandes expectativas é em que medida os bancos serão
estimulados, ou até forçados, a fornecer os dados de seus clientes, quando
autorizados por eles. Bancos e empresas de tecnologia financeira, as
"fintechs", também especulam sobre as vantagens e desvantagens de o
órgão regulador padronizar a forma de comunicação dos bancos com terceiros.
No open banking, as instituições financeiras
disponibilizam informações sobre seus clientes a outras empresas por meio dos
chamados APIs, interfaces de programação digital. Esse compartilhamento
automatizado abre espaço para a oferta de uma ampla gama de serviços
financeiros por diferentes instituições em um mesmo ambiente digital. O modelo
também permite ao usuário final dar início a pagamentos nessa plataforma,
autorizando o débito de uma de suas contas bancárias, por exemplo, para quitar
parcelas de financiamento que tenha contratado com outro banco ou fintech ou
para a compra de um produto ou serviço.
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