Lei trabalhista na Espanha provoca escassez de mão
de obra, diz Uber.
Contratos
oferecidos a autônomos não conseguiram atrair entregadores.
Uma lei espanhola aprovada no ano passado, que
obriga empresas de aplicativos a contratarem entregadores, causou escassez de
mão de obra, já que muitos preferem permanecer autônomos e trabalhar para
rivais que desrespeitam o regulamento, disse o Uber Eats nesta terça-feira (8).
A filial espanhola da divisão de entrega de
alimentos da Uber publicou nesta terça-feira uma carta aberta ao Ministério do
Trabalho reclamando que os contratos oferecidos a entregadores autônomos não
conseguiram reter o suficiente para garantir seus serviços.
"Não
encontramos entregadores suficientes porque estes preferem trabalhar por conta
própria com a Glovo, (...) a única empresa que o permite, contra a Lei dos
Entregadores", disse a Uber Eats, referindo-se ao decreto de maio de 2021,
no qual empresas devem fazer contratos formais de trabalho para proteger
trabalhadores de entregas.
Um
porta-voz da Glovo disse que a empresa, que foi adquirida pela Delivery Hero,
não infringiu nenhuma lei e que tomou medidas para garantir o cumprimento.
O
Ministério do Trabalho disse que exigiu que todas as plataformas cumpram a nova
lei.
"A maioria das plataformas digitais respeita essa regra", disse
o ministério, sem citar nomes de empresas que não aderiram.
O
decreto espanhol, apoiado por sindicatos e associações empresariais, foi
recebido com ceticismo por várias associações de motociclistas e especialistas
trabalhistas, que disseram que a nova lei não resolveu completamente a situação.
A
Uber Eats disse que os entregadores preferem flexibilidade para se concentrarem
em horários lucrativos como autônomos do que os melhores contratos de trabalho
de proteção social, mas que vêm com requisitos de trabalho em horários menos
lucrativos.
REUTERS