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As últimas semanas foram de más notícias no que concerne aos investimentos que precedem tal retomada do crescimento. 


O reaquecimento da economia depende, em primeiro lugar, de investimento em máquinas, equipamentos e construções – um conjunto conhecido, no jargão dos economistas, como formação bruta de capital fixo. 


Em janeiro, esse investimento foi 0,4% menor que em dezembro.

 

No trimestre novembro-janeiro, o total investido superou por 1,4% o valor aplicado nos três meses anteriores, mas ficou 1,8% abaixo daquele registrado um ano antes.

 

Em 12 meses, registra o IPEA houve crescimento de 15,5%, mas a realidade é menos brilhante do que esse número parece indicar. 


A base de comparação é o período de 12 meses a partir de fevereiro de 2020, quando a economia foi derrubada pela primeira grande onda de covid-19.

Temos baixo investimento em infraestrutura, isto é, em redes de transporte, geração e transmissão de energia e serviços de saneamento, para citar alguns segmentos importantes. 


A queda do valor investido em meios de produção de origem industrial já havia sido indicada por outra fonte. Em janeiro, a produção de bens de capital foi 5,6% menor que em dezembro e 8,1% inferior à de um ano antes, segundo o IBGE.

Baixo investimento em capital fixo indica baixo potencial de produção e de crescimento. 


Economistas do mercado e de instituições multilaterais conhecem esses dados e, por isso, dificilmente projetam para o Brasil, no médio e no longo prazos, taxas anuais de expansão econômica superiores a 2%. 


Neste ano e no próximo, o crescimento deve ser travado também pela insegurança econômica e pelos juros, mantidos muito altos pelo Banco Central, no esforço de combate à inflação acelerada. 

Na mesma linha, o Ipea divulgou, nesta quinta-feira (24), o Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais, que apresentou queda de 2,3% em janeiro de 2022 na comparação com dezembro de 2021, na série com ajuste sazonal. 


Enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional teve queda de 2,2%, as importações de bens industriais recuaram 2,4% em janeiro.



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