Chefes jovens e mulheres são mais favoráveis a
jornada de 4 dias.
Diretora
de empresa britânica diz que lucros subiram 200% desde a adoção de semana
reduzida.
Primeiro foi trabalhar de casa.
Agora, é a semana de trabalho de quatro dias que
está mudando a vida profissional de maneiras que teriam parecido impensáveis
antes da pandemia da Covid-19.
Pelo menos é isso que você imaginaria, com base nas
manchetes das últimas semanas.
Na semana passada, o Landmark London, hotel
elegante em Marylebone (Londres), anunciou que estava oferecendo aos seus
chefes de cozinha uma jornada semanal de trabalho de quatro dias, com salários
mais altos.
Um dia antes,
a divisão britânica da fabricante japonesa de câmeras Canon anunciou que estava
considerando um projeto-piloto que envolveria semanas de quatro dias de
trabalho para seus cerca de 140 empregados no Reino Unido, e instituições de pesquisa britânicas revelaram
estar buscando empresas interessadas em participar de um teste desse conceito
com a duração de seis meses.
Menos de duas semanas antes, a Panasonic, rival
japonesa da Canon, anunciou planos para oferecer aos seus empregados a opção
uma jornada semanal de quatro dias, a fim de lhes propiciar um equilíbrio melhor
entre vida e trabalho.
E, antes disso, uma jornada semanal de trabalho
mais curta já estava sendo testada, planejada ou lançada em toda parte, do Atom
Bank no Reino Unido aos escritórios da Unilever na Nova Zelândia e os governos
da Islândia, da Espanha e dos Emirados Árabes Unidos.
Mas os fãs da semana de quatro dias de trabalho
podem guardar o champanhe, porque uma nova pesquisa publicada no Reino Unido
revela que, pelo menos por enquanto, a jornada semanal de quatro dias de
trabalho está longe de ser adotada em massa.
A ideia um dia ousada de folga no final de semana
para os trabalhadores surgiu depois que a Revolução Industrial criou um ritmo
de trabalho frenético nas fábricas, que deixava os operários em estado de
exaustão permanente.
Como aponta o analista político britânico James
Plunkett em seu livro "End State", empregadores progressistas
descobriram que jornadas de trabalho mais curtas energizavam o pessoal e que a
produção por hora e a produção total cresciam.
Talvez não seja difícil imaginar que os
trabalhadores esgotados pela moderna revolução na tecnologia poderiam se tornar
mais produtivos caso o final de semana passasse a durar três dias em vez de
dois.
FINANCIAL TIMES