Em artigo , Marcos
Lisboa (presidente do Insper) e Samuel Pessôa (pesquisador FGV), definem que
agenda de reformas requer um governo capaz de dialogar
Praça dos Três Poderes, vista a partir do Palácio do Planalto
O
Brasil pode voltar a crescer nos próximos anos. Mas para isso terá de enfrentar
os seus imensos desafios. O próximo presidente terá de fazer um ajuste fiscal
próximo a R$ 300 bilhões para evitar que a dívida pública saia de controle.
Um ajuste dessa magnitude não está na alçada do Ministério da Fazenda. Serão
necessárias medidas aprovadas pelo Congresso para reduzir os gastos
obrigatórios e rever as distorções tributárias que beneficiam alguns setores em
detrimentos dos demais.
O maior desafio é a reforma da Previdência que consome 60% do orçamento
federal. Essa reforma é igualmente urgente para enfrentar os graves problemas
dos estados e dos municípios, cuja falta de recursos decorre dos gastos com a
folha de pagamentos de ativos e inativos. Teremos uma janela de oportunidade
para enfrentar o desequilíbrio das contas públicas.
Caso essa agenda não seja iniciada no próximo ano, porém, podemos assistir à
repetição de 2015, com o aumento das taxas de juros de mercado e maior custo
para as empresas, resultando na volta da recessão, além do risco de maior
inflação.
FOLHA DE SÃO PAULO