Taxa de desemprego entre os mais pobres é de 36%,
aponta estudo.
Antes
da pandemia, percentual estava em 25%; entre os mais ricos, número foi de 2,6%
para 2,9%.
A taxa de desemprego da metade mais pobre dos
brasileiros subiu quase dez pontos durante a pandemia, de 26,55% para 35,98%.
Entre os 10% mais ricos a mesma foi de 2,6% para 2,87%, aponta um estudo da FGV
Social divulgado nesta quinta-feira (9).
A renda individual média dos brasileiros, incluindo
os informais e desempregados caiu 9,4% em relação ao fim de 2019, antes da
pandemia.
O estudo comparou os dados do último trimestre de
2019, antes da eclosão do vírus no país, com os do segundo trimestre de 2021. O
cálculo considera a metade mais pobre da população, em termos relativos.
No caso dos mais pobres, no entanto, essa perda é
ainda mais dramática, chegando a 21,5% no período —o que revela que a
desigualdade só aumentou durante a crise sanitária.
Enquanto isso, os 10% mais
ricos tiveram, em média, uma queda de 7,16%, ou menos de um terço dos
brasileiros de menor renda.
Os pesquisadores da FGV Social apontam que mais da
metade (11,5 p.p.) dessa queda na renda dos mais pobres se deve a muitos terem
desistido de procurar uma vaga diante da alta taxa de desemprego, situação
conhecida como desalento.
Ainda segundo a FGV Social, os que mais perderam renda foram os
moradores da região Nordeste (-11,4%).
Em contraste, no Sul, essa perda foi de
8,86%, por exemplo. Além deles, as mulheres, que tiveram jornada dupla de
cuidado das crianças em casa tiveram uma queda de 10,35% na renda, em
comparação com uma redução de 8,4% entre os homens.
"Os idosos com 60 anos ou mais também perderam
especialmente por terem de se retirar do mercado de trabalho em função da maior
fragilidade em relação ao Covid-19 (-14,2% de perda)."
FOLHA DE SÃO PAULO