Fazenda confirma retomada da tributação sobre
gasolina e etanol a partir de 1º de março.
Alíquota
será maior sobre combustíveis fósseis; previsão de arrecadar R$ 28,9 bi é
mantida.
O Ministério da Fazenda confirmou
nesta segunda-feira (27) que a gasolina e o etanol voltarão a ser tributados a
partir de 1º de março.
As alíquotas, porém, serão diferenciadas, de forma
que os combustíveis fósseis sofram uma cobrança maior, como mostrou mais cedo a colunista Mônica Bergamo.
Antes da desoneração dos combustíveis ser adotada
no governo de Jair Bolsonaro (PL), as alíquotas dos
tributos federais já eram distintas. Os valores eram de até R$ 0,69 por litro
da gasolina e de R$ 0,24 por litro de etanol.
Segundo a pasta, a nova modelagem está em discussão
entre o governo e a Petrobras. O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo,
viajou ao Rio de Janeiro para se reunir com diretores da companhia e debater o
assunto.
A Fazenda afirma, via assessoria de imprensa, que
"está assegurada 100% da arrecadação" projetada com a retomada de
tributos sobre combustíveis, conforme anunciado em 12 de janeiro.
Na ocasião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou um pacote
de medidas para reduzir o rombo fiscal previsto para 2023. A arrecadação
projetada com a reoneração de gasolina e etanol a partir de 1º de março é de R$
28,9 bilhões.
A decisão de cobrar mais tributos sobre gasolina do
que sobre o etanol, segundo o governo, busca alinhar a medida com três
princípios de sustentabilidade perseguidos pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): ambiental
(onerando mais o combustível fóssil), social (tentando reduzir o impacto sobre
o consumidor) e econômico (preservando a arrecadação).
Em números: antes da
desoneração, os valores dos tributos federais eram de até R$ 0,69 por
litro da gasolina e de R$ 0,24 por litro de etanol.
- Com a volta da cobrança, o
Ministério da Fazenda afirmou que "está assegurada 100% da
arrecadação" projetada em janeiro, que era de R$ 28,9 bilhões.
O impacto na inflação: a
volta da cobrança deve aumentar o IPCA de março entre 0,5 e 0,7 ponto percentual,
segundo estimativas da FGV-Ibre e da Fipe, da USP.
- Os
especialistas afirmam que este é um bom momento para o governo tomar a
medida —imprescindível para o equilíbrio fiscal—, pois há trégua
importante na evolução da inflação de alimentos.
FOLHA DE SÃO PAULO