Tabelar
juros e elevar taxação de bancos prejudicam a economia, diz diretor do BC.
Em evento virtual, Fabio Kanczuke diz
que que quebras de contrato ou mudanças de regras durante a crise podem ter
custos.
O
diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, afirmou nesta
sexta-feira (22) que a autoridade monetária vê como "bastante deletério
para a economia e para a saúde do sistema financeiro" limitação de regras
pré-existentes, como a aprovação de projetos como o do tabelamento de juros e de aumento da taxação
dos bancos, em tramitação no Congresso Nacional.
Em
evento virtual organizado pelo banco suíço UBS, ele reforçou que o Congresso é
soberano e que a autoridade monetária não toma esse tipo de decisão, mas
ponderou que quebras de contrato ou mudanças de regras durante a crise podem
ter "custos imensos para a sociedade brasileira" e seriam
prejudiciais à economia.
"A
posição do BC que tem sido bastante repetida pelo presidente e outros
diretores, é 'não alterem contratos, mantenham os contratos da forma como eles
estão'.
Os custos do rompimento de contratos vão ser imensos para a sociedade
brasileira, vão ter efeitos bastante negativos sobre crédito futuro",
disse.
"Qualquer
limitação de regras pré-existentes e quebra de contratos, o BC como instituição
vê como bastante deletério para a economia e para a saúde do sistema
financeiro", concluiu.
Na
última segunda-feira (18), o Senado Federal retirou da pauta de votações o
projeto que aumenta a taxação sobre o lucro dos bancos de 20% para 50%, cedendo
à pressão de representantes de instituições financeiras.
VALOR ECONÔMICO