CRISE DE ENERGIA


Conta de luz pode subir com briga entre governo e térmica da J&F.

Contratada no auge da crise hídrica, Âmbar pediu na Justiça R$ 740 mi por energia; governo quer pagar R$ 19 mi.

Distribuidoras de energia e grandes empresas estão se mobilizando para reunir milhões de reais e cumprir uma decisão judicial liminar de primeira instância que o governo não consegue reverter e pode pressionar ainda mais a conta de luz.

O rateio milionário vai bancar um pagamento para a gaúcha Usina Termoelétrica Uruguaiana (UTE Uruguaiana), da Âmbar, empresa de energia do grupo J&F, o mesmo que é dono da companhia de carnes JBS.

A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), responsável pela contabilidade do setor, já pagou os R$ 19 milhões considerados justos pelo poder público. 

Mas a Âmbar conseguiu na Justiça o diretor de receber cerca de R$ 740 milhões, e o pagamento precisa ser depositado até 9 de março.

A maior parte dessa despesa vai ser coberta pelas distribuidoras e, quando chegar na conta de luz, vai elevar a tarifa em 0,5%, segundo estimativa da AGU (Advocacia Geral da União). 

Pela regra, distribuidoras arcam com 70% desse tipo de despesa e grandes consumidores industriais, com 30%.

A área jurídica do governo ainda corre contra o tempo para conseguir suspender a decisão ou conseguir autorização para fazer o depósito em juízo, considerando que, efetuado o pagamento, o dinheiro não vai voltar.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br