CENÁRIO PARA 2022


Não dá para imaginar um cenário tranquilo para 2022, diz ex-presidente do BC.

Para Ilan Goldfajn, demora em conseguir vacinas postergou recuperação do país e inflação mais alta deve persistir.

Se 2021 tende a ser um ano de recuperação, após os estragos provocados pela pandemia da Covid-19, o cenário para o ano que vem é preocupante, avalia Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central e atual responsável pelo conselho de administração do Credit Suisse.

Na visão do economista, com a disputa eleitoral no país, que promete ser acirrada, o Brasil vai ter de conviver com ruído interno —e o cenário internacional pode estar bem mais complicado do que agora.

Mesmo com o avanço de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tendo surpreendido a maior parte dos analistas, Ilan avalia que a recuperação vai demorar a ser percebida pela população, já que a retomada do emprego acontece com defasagem.

A demora em conseguir vacinas, diz, também postergou a recuperação do Brasil. "Para além dos novos problemas que estão sendo investigados pela CPI da Pandemia, ficou claro que o Brasil começou a vacinar com atraso e essa demora foi o que mais impactou na economia", afirma.

Ele também aponta que o Banco Central acerta ao iniciar um novo ciclo de alta dos juros para conter a alta de preços, embora o país ainda terá de conviver com uma inflação acima da meta até o ano que vem.



FOLHA DE SÃO PAULO
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