Fundos de pensão com rombo acham
brecha com decisão judicial que livra Postalis de IR
Usados politicamente nas gestões passadas do PT, fundos de previdência
de estatais com rombos bilionários podem entrar com novas ações
Os funcionários dos Correios conseguiram uma
vitória na Justiça que abre caminho para os demais fundos de previdência de
estatais com déficits se livrarem do pagamento de Imposto de Renda sobre as contribuições
adicionais destinadas à cobertura dos rombos.
No Postalis, o bilionário fundo de pensão dos Correios,
os funcionários arcam com pagamentos extras para cobrir um buraco de R$ 12 bilhões
decorrente de má gestão no passado. O fundo foi alvo de investimentos
malsucedidos.
É sobre essa contribuição
adicional que a Receita Federal vinha cobrando IR desde
2017 até o momento, segundo a petição da Adcap (Associação dos Profissionais
dos Correios).
No entanto, a sétima turma do
Tribunal Federal da Primeira Região (Brasília e 12 estados) acolheu o pedido da
entidade e determinou o fim da cobrança do imposto sobre essa parcela da
contribuição. A decisão possui efeito imediato.
No acórdão, a desembargadora
Gilda Sigmaringa Seixas considerou que a contribuição tem efeito de
recomposição e não de aumento patrimonial, o que não justifica a cobrança de
IR.
A Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, que representa a Receita Federal, ingressou com recurso.
O entendimento é o de que são
dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda contribuições destinadas a
custear os benefícios complementares até o limite de 12% do total dos
rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido.
FOLHA DE SÃO PAULO