Jovens caem em golpes com mais facilidade do que os
mais velhos.
Jovens
adultos muitas vezes não reconhecem falsas ofertas de emprego ou cheques sem
fundo que chegam até eles.
Parem com os preconceitos contra velhos e as
ilusões de invencibilidade. Os jovens adultos muitas vezes não reconhecem os
cheques falsos que recebem, ou ofertas de empregos que não existem.
Se você é um nativo digital e se considera imune
a todos os golpes, está bem do jeito que os
ladrões querem.
Há anos, pesquisas do Better Business Bureau
(Bureau de Melhores Negócios, BBB na sigla em inglês) mostram que adultos mais
jovens perdem muito mais dinheiro para trambiqueiros do
que pessoas mais velhas, que você poderia considerar as vítimas
"perfeitas".
A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC na sigla em
inglês) registra números parecidos, com 44% das pessoas entre 20 e 29 anos
perdendo dinheiro em fraudes —mais que o dobro dos 20% do grupo de 70 a 79
anos.
O último relatório do Bureau de Melhores Negócios
revelou um novo viés: os criminosos redobraram seus esforços enquanto as
pessoas passavam mais tempo online no último ano, e conseguiram elevar o
prejuízo médio por golpe em adultos de 18 a 24 anos ao mesmo nível —US$ 150—
que existia entre a turma muito mais rica de 65 anos e mais.
Quando examinamos os tipos de golpes que funcionam
com jovens, não há um "príncipe da Nigéria" à vista.
As atividades
visadas variam muito, das compras online que essas vítimas podem fazer quase
diariamente ao raro manuseio de cheques de papel.
Esquemas ilegais também visam
pagamentos de dívidas estudantis que eles devem saldar
e os empregos que procuram com esse fim.
A falsa promessa de encontrar um produto raro com
preço incrivelmente baixo não é uma forma nova de fraude, mas a internet
certamente a facilita —especialmente se você costuma comprar online com frequência.
Os golpes de compras na internet representaram 64%
dos relatos de prejuízos em dinheiro para o BBB no ano passado, contra apenas
13% em 2015.
E, segundo dados do órgão, 83% dos jovens adultos que foram
expostos a esses truques caíram neles, mais que qualquer outra faixa etária.
Há duas tendências a que se deve tomar cuidado.
Primeiro, não fique cego de amor pelo cachorrinho.
Golpes de animais de estimação e produtos para eles formam historicamente 25%
dos golpes de compras online relatados —e isso subiu para 33% no último ano,
com a grande alta de compras para pets na pandemia.
O
Kennel Clube da América e a Sociedade Humana dos Estados Unidos oferecem dicas
online para impedir que você fique ao mesmo tempo sem cachorro e com um
prejuízo médio de US$ 660 relatado ao bureau.
Segundo, a Amazon está em todo lugar —incluindo
como vetor para fraudes. Dado o tamanho da empresa, falsários tentam imitá-la
com maior frequência que qualquer outra marca.
A companhia oferece alguns conselhos para
identificar problemas em uma oferta "não solicitada" da Amazon:
- os sites verdadeiros da
companhia têm um ponto (.) na URL antes de amazon.com
- se você receber uma mensagem
dizendo que precisa atualizar seu método de pagamento, sempre vá
diretamente ao site da Amazon para ver se é verdade, e não por meio de um
link no email
- a empresa não envia links
com séries de números misturados
Também vale notar: os golpistas às vezes zombam do
próprio BBB fingindo ser a organização quando iniciam golpes da Amazon.
FOLHA DE SÃO PAULO