Dólar tem maior queda desde 2018 e Bolsa faz melhor
dia em 2 anos com Bolsonaro no 2° turno contra Lula.
Ações da Sabesp
disparam 17% após resultado de Tarcísio de Freitas em SP.
O mercado
financeiro doméstico reagiu com euforia nesta segunda-feira (3) ao desempenho
melhor do que o esperado do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro
turno das eleições deste domingo (2).
Embora a eleição tenha sido a grande
responsável pelo bom humor, as negociações locais também refletiram a
recuperação das Bolsas no exterior após um tombo no fechamento trimestral na
última sexta-feira (30).
Refletindo o
entusiasmo de investidores após o primeiro turno no Brasil, o fundo de ações
brasileiras negociado na Bolsa de Nova York MSCI Brazil ETF (EWZ) avançou 9,85%
nesta sessão e, com isso, registrou o maior ganho diário desde março de 2020.
No mercado de
câmbio doméstico, o dólar comercial à vista fechou em queda de 4,05%, a R$
5,1760 na venda.
Essa é a maior queda da moeda americana desde o recuo de mais
de 5% registrado em 8 de junho de 2018.
Na ocasião, a
divisa americana havia sido abatida por uma intervenção do Banco Central no
câmbio e teve seu tombo mais expressivo desde outubro de 2008, segundo a
agência Reuters.
Além de
considerar a possibilidade de reeleição do candidato de agenda econômica
percebida como mais liberal, investidores também avaliam que o resultado
apertado da votação —Lula ficou com 48,4% dos votos válidos, contra 43,2% de
Bolsonaro— levará o petista a apresentar nomes para um eventual governo mais
alinhados com o mercado.
Investidores também
pesaram a notícia de que o Congresso será mais conservador a partir
do ano que vem.
O partido de Bolsonaro ganhou ao menos 23
deputados, chegando a 99, e se tornou a maior bancada eleita na Câmara nos
últimos 24 anos.
"Incertezas
que o mercado tinha com as eleições aqui no Brasil parecem ter diminuído",
observou a economista especialista em câmbio Cristiane Quartaroli, do Banco
Ourinvest.
Embora o desempenho
do real tenha sido muito superior em relação às demais moedas, algumas divisas
de países emergentes também apresentaram fortes ganhos contra o dólar, como os
pesos chileno e colombiano.
REUTERS