Retomada do crescimento


Na opinião da economista Silvia Matos, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o Brasil precisa de um choque de confiança para garantir a retomada do investimento e do consumo interno, uma vez que a demanda externa não é mais capaz de segurar a atividade econômica.

Segundo ela, os indicadores de confiança produzidos pela FGV já indicam as dificuldades do governo para tocar as reformas e começam a comprometer o desempenho da economia em todo o primeiro semestre.

“Estamos terminando mal o primeiro trimestre e não estamos começando bem o segundo”, afirma.

A gente esperava um resultado ruim, mas não esse resultado. Separamos a indústria em dois grandes grupos: a indústria de transformação, que tem um peso maior, mas nós tivemos também um péssimo desempenho da indústria extrativa. Tirando o efeito Brumadinho, o resultado mais relevante é a indústria de transformação.

Ela vinha sofrendo já resultado ruim desde meados do ano passado e havia alguma explicação externa, principalmente com a redução das importações da Argentina, que teve efeito bem severo, por exemplo, nas exportações de automóveis. 

Mas nesse primeiro trimestre o componente novo é a fraqueza da demanda doméstica. É uma novidade e temos que olhar com mais cuidado. Não é uma questão pontual, mas realmente uma piora no desempenho da demanda doméstica, tanto do consumo das famílias como do investimento.



Folha de São Paulo
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