Artigo do economista Claudio Adilson Gonçalves,
presidente da MCM Consultores e ex-consultor do Banco Mundial. Em resumo, ele
nota que a atividade econômica está prostrada e a taxa de desemprego está
em 12,7%.
O PIB do 1.º trimestre apresentará crescimento nulo ou
negativo, em relação ao trimestre anterior. As previsões de crescimento para
2019 estão sendo revistas severamente para baixo, as expectativas de inflação
estão bem ancoradas e a média dos núcleos do IPCA acumulado de 12 meses está
rodando próxima a 3%.
Não há, portanto, pressão de demanda, e sobram razões
técnicas para o BCB reduzir a Selic em cerca de 100 pontos básicos,
colocando-a, aí sim, no terreno expansionista. Tampouco há necessidade de
esperar a aprovação de uma boa reforma da Previdência. Se isso ocorrer, o
efeito sobre o juro neutro é ambíguo. De um lado, tende a diminuí-lo pela queda
do prêmio de risco, mas, por outro lado, o pressiona para cima, pois a redução
das incertezas deverá elevar a demanda de investimento.
O ESTADO DE SÃO PAULO