Depois
de vários anos de desempenho de investimentos fraco, os fundos de pensão
brasileiros têm dificuldade em restabelecer superávits, disse a agência de
classificação de risco Moody’s. Apesar dos resultados de investimentos terem de
forma geral superado as metas atuariais no ano passado, as condições de
solvência dos fundos de pensão no Brasil continuam fracas, com passivos agora
excedendo os ativos em R$ 54 bilhões para a indústria, depois de registrar um
superávit de R$ 40 bilhões em 2011, nota a agência.
A
deterioração na solvência foi maior nos planos de benefício definido com
patrocinadores estatais. Esses planos representam mais de 75% do déficit total
da indústria, de acordo com estimativas da Moody’s. “A exposição à renda
variável gerou as maiores perdas para os planos de benefício definido”, disse o
vice-presidente da Moody’s Diego Kashiwakura. “Ao mesmo tempo, o desempenho do
portfólio de renda fixa não foi suficiente para compensar integralmente o baixo
desempenho das ações.”
A
Moody’s diz que, apesar da moderação das pressões inflacionárias, as “opções de
limitadas de investimento” devem continuar a dificultar que os planos de
benefício definido superem suas metas atuariais e restabeleçam superávits. Uma
alternativa pode ser a alocação da maior parte do portfólio do fundo de pensão
em títulos do governo, especialmente os indexados à inflação, diz a agência.
“No entanto, o deslocamento da curva de juros reduziu os retornos reais
esperados, tornando mais difícil para os fundos de pensão cumprirem as
obrigações através desses títulos”, diz a agência.
“Em resposta a estes desafios, os fundos de pensão provavelmente irão
adotar procedimentos de gestão de ativos e passivos mais rígidos”, acredita .
Portal Estadão