Incerteza sobre PEC dos Precatórios faz Bolsa
renovar pior marca do ano.
Vale vai na
contramão e lidera ganhos com alta do minério de ferro na China
Incertezas sobre a
situação fiscal do país para 2022 levaram novamente a Bolsa de Valores
brasileira a fechar em queda nesta segunda-feira (22).
O Ibovespa, índice
de referência do mercado de ações, caiu 0,89%, a 102.122 pontos, renovando a
pior marca em pouco mais de um ano, o que já havia ocorrido na última quinta-feira (18).
A pontuação desta segunda é a menor desde 6 de novembro de 2020, quando o
indicador fechou em 100.925 pontos.
Apesar do avanço da
percepção do risco fiscal, o dólar caiu 0,28%, a R$ 5,5940. Ainda assim, a
moeda está em um patamar considerado elevado, o que abre espaço para eventuais
correções.
No mercado
internacional, a moeda americana apresentou valorização em relação a rivais
após a recondução de Jerome Powell à chefia do Fed (Federal
Reserve, o banco central americano) por mais quatro anos.
A notícia de
que a liberação de recursos pela PEC (proposta de emenda à
Constituição) dos Precatórios não será suficiente para bancar as promessas do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para 2022 reavivou
entre investidores a expectativa de mais aumentos de gastos no ano eleitoral.
Segundo dados
atualizados divulgados pelo Ministério da Economia nesta segunda, a PEC
permitirá um aumento de R$ 106,1 bilhões.
O valor é suficiente para despesas
obrigatórias, ampliação do Auxílio Brasil e prorrogação da desoneração da folha
de pagamentos, mas não cobre as demais promessas de Bolsonaro, como medidas
voltadas para caminhoneiros, o vale-gás e o reajuste salarial a servidores
federais.
FOLHA DE SÃO PAULO