Sem flexibilização dos reajustes, planos privados
são bons para a saúde.
Planos individuais
sempre serão mais protegidos do que um falso contrato coletivo.
Planos de saúde individuais, quem diria, estão
de volta! Em 2021, havia quase 4.000 desses planos à venda, o maior número em
cinco anos.
Mas não são iguais aos contratos do passado, porque agora as
operadoras criam planos com base na atenção primária e atendimento na rede
própria.
A grande ameaça é que o modelo de reajuste, hoje definido pela ANS
(Agência Nacional de Saúde Suplementar), seja flexibilizado como querem as
empresas do ramo.
Embora os novos
planos individuais e familiares tenham rede mais limitada, ainda contam com
algumas garantias, como a de um reajuste linear definido pela ANS, e não pela
operadora.
A importância disso fica ainda mais evidente neste momento, em que
as empresas estão reajustando os planos coletivos em até 80%.
Alegam inflação
da medicina, ou seja, custos diferenciados para os serviços de saúde, e o
consumidor que pague ou caia fora.
Mesmo que haja alguma mudança no cálculo do reajuste, planos
individuais sempre serão mais protegidos do que um falso contrato coletivo, em
que a correção do valor mensal é livre de qualquer amarra.
Vejamos, porém, como
o mercado de saúde suplementar ficará nos próximos anos.
Desde setembro do
ano passado, dorme nas gavetas do Senado o projeto de lei que pretende
obrigar as operadoras e as seguradoras a oferecer planos de saúde individuais
aos consumidores.
Mais cedo ou mais
tarde, esse tema terá de ser discutido com mais seriedade, pois envolve a saúde
de milhões de brasileiros, e tem impactos inclusive no SUS (Sistema Único de Saúde), o maior do
mundo em número de beneficiários.
Então, que aumente
a oferta de planos individuais, mas que os contratos não sejam economicamente
desfavoráveis para o consumidor, nem representem retrocesso nos direitos hoje
assegurados.
FOLHA DE SÃO PAULO