A antropóloga Mirian
Goldenberg traz o depoimento de uma paulistana de 93 anos: “Os
jovens não sabem escutar, não têm paciência. Vivem em um universo paralelo, não
têm o menor interesse por mim. Meus netos ficam bravos quando reclamo, acham
que sou uma velha gagá quando digo que o celular é o verdadeiro umbigo dos
jovens.”
Muitos homens e
mulheres me contaram que se sentem invisíveis. Um músico, de 95 anos, disse que
os velhos não são escutados com atenção, não se sentem reconhecidos e
valorizados pelos mais jovens. “Não existe mais conversa, meus netos nunca
perguntam nada sobre a minha vida. Quando eu pergunto sobre a deles resmungam
qualquer coisa para encerrar logo o papo. São escravos do celular.”
FOLHA DE SÃO PAULO