"Todos olham hoje para a
reforma da Previdência Social, mas é preciso urgentemente mudar a previdência
privada", diz José Roberto Afonso, pesquisador do Ibre/FGV e professor do
IDP (Instituto de Direito Público de São Paulo).
"Não só sob o enfoque de
macroeconomia mas também de proteção social." Para Afonso, boa parte da
classe média se arrisca hoje a ficar descoberta no final da vida
Se o mercado de trabalho não se restringe à fórmula empregado-empregador,
os fundos de pensão deveriam deixar de ser apenas ligados a corporações e
passar a atender grupos de empresas menores, federações setoriais ou
associações de profissionais.
Mas as regras dessa previdência
—criadas para impedir desvios em grandes estatais- mostram-se complexas,
custosas e rígidas para empresas médias, diz Afonso.
Segundo o economista, o setor
ficou congelado no tempo. Uma das evidências é que há mais de dez anos não se
cria um novo fundo de previdência complementar patrocinado por uma empresa.
A pesquisa Datafolha mostra que
mesmo entre os assalariados, que poderiam ter previdência complementar, só 14%
têm plano privado.
"É preciso rever todos os
processos de regulação financeira e previdenciária, dos planos fechados e
abertos, e ter políticas públicas que atraiam mais gente para poupar em
aplicações de longo prazo", diz Afonso
Datafolha