Bolsonaro rejeita volta do horário de verão, mas
empresários dizem que não vão recuar
Presidente afirmou
nesta terça-feira (6) que mudança mexe no relógio biológico.
O movimento de donos de bares, restaurantes e negócios turísticos que pedem a
volta do horário de verão não
recuou após Bolsonaro dizer, na terça (6), que é contra porque “mexe no relógio
biológico”.
Eles reúnem estudos para argumentar que ajudaria o setor, um dos
mais afetados na pandemia. “Estamos tentando dialogar sem onerar estado.
Tem
isso desde 1930, e nunca matou ninguém. Teimosia tem de ser contestada com
números”, diz Fábio Aguayo, diretor da CNTur, entidade do setor.
Aguayo afirma que o horário de
verão permite aproveitar a luz do dia por mais tempo, expandindo o horário de happy hours e de parques turísticos.
O que mexe com o comportamento biológico,
diz ele, são sequelas da Covid, e não mudança no relógio.
O presidente
precisa entender que o setor está falido, afirma Aguayo.
“Pronampe e dinheiro
que vão liberar não é suficiente. As pessoas não querem viver de esmola de
governo. Elas querem ter espaço para trabalhar”, diz.
Como observou um
empresário do ramo, o timing é interessante: nesta quarta (7), Doria,
adversário político de Bolsonaro, em uma espécie de bandeira branca para donos
de bares e restaurantes, anunciou a ampliação do funcionamento para até as 23h,
enquanto o presidente embarca no conflito com o setor.
Para Paulo
Solmucci, presidente da Abrasel, associação de bares e restaurantes, que também assinou o pedido enviado ao
governo, Bolsonaro deveria rever sua posição. “Tem um fator socioeconômico que
é o setor arrebentado. Para nós, faz diferença,” diz.
FOLHA DE SÃO PAULO