O
cenário de êxodo de trabalhadores de tecnologia no Brasil é considerado ainda
mais significativo quando os profissionais estão em empregos relacionados à IA (inteligência
artificial).
A "fuga de cérebros" de brasileiros
especialistas na tecnologia do momento está refletida na pesquisa The Global AI
Index.
Ela é feita pelo grupo de mídia inglês Tortoise com 62 países e está em
sua quarta edição, mostra a BBC News Brasil.
Em números:
- 35º é o lugar
ocupado pelo Brasil no ranking geral da pesquisa;
- 21ª é a
posição do país no ranking de talentos, à frente de países como Áustria,
Bélgica, Portugal e Rússia, todos melhores colocados na listagem geral.
O
que explica a diferença: o Brasil "produz"
talentos em suas universidades, mas eles estão sendo "exportados"
para empresas e laboratórios estrangeiros, como dos EUA, o primeiro lugar no
ranking geral.
O cenário também ajuda a entender por que o Brasil tem poucas empresas que
reviram o setor de tecnologia de cabeça para baixo, como fez a OpenAI e seu ChatGPT.
Ainda no levantamento da Tortoise, os dados
apontam carência brasileira em "estratégia governamental", com o país
em 30º lugar, e "pesquisa" e "desenvolvimento" (em 36º
nesses dois âmbitos).
"Nos EUA, um jovem pesquisador pode ganhar
três vezes mais que um sênior aqui no Brasil", estima Paulo Carvalho,
pesquisador da Fiocruz, à BBC News Brasil. "Faltam incentivos para ficar
no país".
FOLHA DE SÃO PAULO