China anuncia subsídio de quase R$ 3.000 por filho
para estimular natalidade
Programa, que
prevê pagamento anual a pais de crianças com menos de três anos, quer combater
crise demográfica
A China lançou seu primeiro programa
nacional de subsídios à infância, em mais uma tentativa de aumentar as taxas de natalidade e dar
mais poder de compra às famílias com filhos pequenos.
O governo concederá às famílias 3.600 yuans (cerca
de R$ 2.800) por ano para cada filho com menos de três anos, informou a agência
de notícias estatal Xinhua nesta segunda-feira (28).
O subsídio será aplicado desde janeiro de 2025, mas
famílias com filhos nascidos entre 2022 e 2024 podem solicitar pagamentos
parciais.
A estimativa é que a política beneficie mais de 20
milhões de famílias por ano, informou a Xinhua, citando um porta-voz da
Comissão Nacional de Saúde da China.
Um funcionário da comissão disse que "a
distribuição direta de subsídios em dinheiro" poderia "ajudar a
aliviar o fardo financeiro da criação dos filhos" e "amenizar as
ansiedades de fertilidade dos jovens casais", segundo a Xinhua.
A medida, discutida há anos por acadêmicos e
formuladores de políticas públicas, é uma resposta à iminente crise demográfica
da China, alimentada pela queda nas taxas de fertilidade e pelo declínio nos
casamentos.
É também um esforço para impulsionar o fraco
consumo das famílias na segunda maior economia do mundo, apesar do recente e
robusto crescimento econômico registrado no último trimestre.
"As quantias envolvidas são muito pequenas
para ter um impacto imediato na taxa de natalidade ou no consumo", disse
Zichun Huang, economista da China na Capital Economics.
A China
registrou três anos consecutivos de declínio populacional, mesmo após o fim da
política de filho único que restringia o tamanho das famílias até 2016.
Em
2023, o número de nascimentos subiu cerca de 520 mil, atingindo 9,5 milhões
—pouco mais da metade do pico de 17,9 milhões registrado em 2017. Houve 10,9
milhões de mortes em 2024.
FINANCIAL TIMES