Com
crescimento de 25%, fusões e aquisições no setor de saúde quebram recorde.
JK
Capital, consultoria que assessorou 8 transações na área em 2019, já tem 15
projetos em negociação para 2020
O mercado de saúde no Brasil vai bem, obrigado.
Prova disso é que no ano passado foram registradas no país, pelo menos, 80
fusões e aquisições de empresas do setor, como laboratórios de diagnóstico,
clínicas médicas, hospitais e operadoras de saúde.
Este número representa um
crescimento superior a 25% em relação a 2018 e também a quebra de um recorde no
volume de transações, que vinha desde 2000, segundo a consultoria KPMG.
Considerando apenas as transações envolvendo as
operadoras, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou 31 pedidos de
aprovação de compra de controle em 2019.
E a expectativa é que neste ano o
crescimento deva continuar. Segundo Saulo Sturaro, sócio da JK Capital,
consultoria especializada em fusão e aquisição de empresas, “a cadeia das
operadoras verticalizadas é muito grande.
Elas compram desde outras operadoras
até hospitais, laboratórios e clínicas especializadas, e a tendência é que esta
movimentação se intensifique”.
Em 2019, a JK Capital assessorou oito operações no
setor de saúde e já tem outros 15 projetos em negociação. Entre os negócios
assessorados pela JK Capital está a venda do laboratório de imagens Ecoimagem
(de São Bernardo do Campo) para a Ghelfond Medicina Diagnóstica, uma das
maiores empresas de diagnósticos médicos do Brasil.
Em 2017, a JK Capital também
assessorou a Imedi na venda para a Ghelfond Medicina Diagnóstica.
Dinheiro é o que não falta para a realização de
fusão e aquisição de empresas do setor de saúde.
Apenas como exemplo, duas
grandes operadoras que abriram seu capital em 2018 conseguiram levantar R$ 20
bilhões neste período, sendo que parte desse dinheiro ainda está no caixa
dessas empresas para novas transações.
Além do capital para investir, a expectativa de
crescimento das fusões e aquisições se deve a uma combinação de fatores demográficos,
econômicos e características próprias do setor de saúde.
Hoje, só 25% da
população brasileira têm convênio médico e os demais 75% são atendidos por uma
rede pública que sofre com a superlotação. Além desse público potencial, o
setor privado de saúde ainda é extremamente pulverizado.
Há no país mais de 1
mil operadoras de planos de saúde e odontológicos, 4 mil hospitais e 24 mil
laboratórios e clínicas de medicina diagnóstica.
“Além disso, temos que levar em consideração que a
população brasileira está envelhecendo, o que impactará no maior consumo de
serviços de saúde.
Desta forma, existe todo um cenário favorável para que a
fusão e aquisição de empresas do setor de saúde se intensifique nos próximos
anos”, afirma Sturaro.
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