UM MODELO DE COMUNIDADE


Os amigos que se uniram para construir vila para viver juntos na velhice

Grupo adota um modelo de comunidade chamado cohousing, já famoso em outros países e pouco conhecido no Brasil

Um grupo de mais de 25 pessoas, composto em sua maioria por idosos, quer recomeçar a vida em uma área verde no interior de São Paulo.

Um de seus principais objetivos é viver em comunidade para fugir da solidão, um dos problema que muitas pessoas enfrentam com o avançar da idade.

"Cada vez mais que você vai envelhecendo, a tendência acaba sendo ficar mais isolado", diz um dos responsáveis pela criação do projeto, o economista Norival de Oliveira, de 60 anos, à BBC News Brasil.

"Esse tipo de comunidade tem justamente o objetivo de trazer mais convivência social e não permitir que os idosos sejam deixados de lado."

É um estilo de vida em comunidade na qual as pessoas têm suas próprias casas, mas compartilham vários espaços coletivos.

O conceito surgiu na década de 1970 na Dinamarca e passou a ser adotado em outras partes do mundo.

Essas comunidades costumam ser formadas por grupos que têm algum tipo de afinidade, como, por exemplo, pessoas que têm em comum o desejo de viverem juntas na velhice.

OS BENEFÍCIOS DA COMPANHIA DURANTE A VELHICE

O conceito de moradias como o cohousing é defendido por especialistas como uma forma de favorecer a saúde mental dos idosos.

Pesquisas recentes apontaram, por exemplo, que a solidão pode causar alterações no cérebro que favorecem o surgimento de doenças degenerativas, como Parkinson, Alzheimer, e outros tipos de demência.

Estudos anteriores já indicavam maior risco de perda cognitiva leve e desenvolvimento de demência entre idosos solitários.

Essa falta de interações sociais pode prejudicar a memória, a capacidade de atenção prolongada e a flexibilidade cognitiva, além de aumentar o risco de depressão, ansiedade e estresse crônico.

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais disseram ter recebido o diagnóstico de depressão no país.

A faixa etária proporcionalmente mais afetada é a dos idosos com 60 a 64 anos, com 13,2%. Os de 65 a 74 anos aparecem com 11,8%. E, por último, os de 75 ou mais, 10,2%.



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