Envelhecimento reduz taxa de
participação no mercado de trabalho após pandemia.
Aumento da população com 60 anos ou mais tem impacto relevante para
explicar parte do quadro no Brasil, estima consultoria.
O envelhecimento da população brasileira explica
uma parte relevante da queda da taxa de participação no mercado de trabalho após a pandemia,
indica estudo da LCA Consultores.
A taxa de participação mede a
proporção de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão
inseridas na força de trabalho como ocupadas com algum tipo de vaga ou desempregadas (à procura de
oportunidades).
No segundo trimestre de 2023, o
indicador estava em 61,6% no Brasil, conforme a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Com o resultado, permanecia 2
pontos percentuais abaixo do quarto trimestre de 2019, antes da pandemia. À
época, a taxa era de 63,6%.
Dos 2 pontos percentuais de
diferença, a fatia de 0,7 ponto percentual é atribuída pela LCA especialmente
aos efeitos da transição demográfica no país.
Nesse sentido, a consultoria
destaca que a parcela de 60 anos ou mais subiu de 17,4% para 19,1% da população
em idade de trabalhar (14 anos ou mais), na comparação do quarto trimestre de
2019 com o segundo trimestre de 2023.
Em termos absolutos, essa camada passou
de 29,4 milhões para 33,4 milhões no mesmo intervalo.
Tradicionalmente, os mais velhos
estão entre os grupos com menor inserção no mercado.
A taxa de participação dos
brasileiros com 60 anos ou mais recuou de 24% no quarto trimestre de 2019 para
23,3% no segundo trimestre de 2023.
Conforme a estimativa da LCA, a
parcela restante da queda de 2 pontos percentuais da taxa de participação no
Brasil (1,3 ponto percentual) veio de fatores diversos associados à oferta de
trabalho entre os diferentes grupos de idade.
Essa lista pode incluir o
impacto da Covid-19 sobre a antecipação de pedidos de aposentadorias, a melhora
da situação econômica das famílias nos últimos trimestres (o que obrigaria
menos jovens a procurar emprego) e a ampliação do Bolsa Família.
FOLHA DE SÃO PAULO