ESTRANGEIRO ACELERA
INVESTIMENTOS EM AÇÕES BRASILEIRAS.
A alta da Bolsa brasileira em maio foi impulsionada
pela alta das commodities, fruto da recuperação econômica de Estados Unidos e
China, e pela entrada de investimento estrangeiro.
De acordo com o estrategista-chefe do Itaú BBA,
Marcelo Sa, a melhora do ritmo de vacinação no mundo gerou uma reabertura mais
rápida em alguns países, que estão voltando à vida normal.
"O mercado começa a ver quando o Brasil vai
chegar nessa fase e acaba se antecipando", afirmou, chamando a atenção
para a quantidade de doses de vacinas aguardada para a segunda metade do ano no
Brasil, que deve ser um catalisador para a Bolsa.
Até a última sexta(28), há um saldo positivo de R$
10,8 bilhões de estrangeiros na Bolsa brasileira, o melhor mês desde janeiro,
quando vieram R$ 23,6 bilhões.
No ano, há uma entrada líquida de R$ 30 bilhões.
Contando IPOs (ofertas iniciais de ações) e follow-ons (ofertas subsequentes de
ações), o saldo é de R$ 33,8 bilhões, recorde nominal (sem contar a inflação)
anual da série histórica da B3, com início em 1994.
Além disso, a sinalização de reformas e
privatizações e resultados melhores que o esperado das empresas também
contribuíram para o desempenho positivo do Ibovespa no período.
Sa avalia que houve uma melhora na coordenação
política entre o governo e o Congresso, ilustrada pela aprovação da medida
provisória de privatização da Eletrobras na Câmara dos Deputados.
Segundo cálculos do Banco Inter até a última sexta, o setor que
mais se valorizou na Bolsa no mês foi o de empresas ligadas a commodities
(18,60%), seguido das de shoppings e propriedades (13,20%), de saúde (8,80%) e
do setor financeiro (2,80%).
As maiores quedas foram de construção civil (-15,10%) e seguros
(-20,40%).
Em relatório, o banco projeta o Ibovespa a 142 mil pontos no
final deste ano.
O Fed (banco central dos EUA) respaldou por ora o ambiente
elevado de liquidez global, com autoridades americanas reiterando a necessidade
de estímulos, apesar de alguns membros já sinalizarem algum desconforto com a
inflação e a necessidade de revisão da política monetária.
No Brasil, o BC subiu o juro para 3,5% beneficiando o real ante
do dólar.
FOLHA DE SÃO PAULO