Agora são empregos de escritório
os que correm mais risco devido à IA.
Antes, homens do setor da manufatura eram principais vítimas da
automação.
Os trabalhadores americanos que
tiveram suas carreiras viradas do avesso nas últimas décadas devido à automação
têm em sua maioria sido pouco qualificados –principalmente homens que
trabalhavam no setor manufatureiro.
Mas isso está mudando em função
do novo tipo de automação: sistemas de inteligência artificial chamados grandes
modelos de linguagem, como o ChatGPT ou o Bard, do Google. Essas ferramentas podem processar e
sintetizar informações rapidamente e gerar novos conteúdos.
Os empregos mais expostos à
automação, hoje, são os de escritório, que requerem mais habilidades
cognitivas, criatividade e nível superior de instrução.
Os profissionais
envolvidos têm probabilidade maior de ser bem pagos e um pouco maior de ser
mulheres, conforme constataram várias pesquisas.
Diversas pesquisas novas
analisaram as tarefas de trabalhadores americanos usando o banco de dados O*Net
do Departamento do Trabalho americano e traçaram hipóteses sobre quais das
tarefas poderiam ser desempenhadas por grandes modelos de linguagem.
As pesquisas
concluíram que esses modelos podem ajudar significativamente com tarefas em um
quinto a um quarto das profissões.
As análises, incluindo algumas do Pew
Research Center e do Goldman Sachs, concluíram que os modelos poderiam realizar
algumas das tarefas na maioria dos empregos.
Por enquanto, os modelos ainda
ocasionalmente produzem informação incorreta, e é mais provável que auxiliem
profissionais do que que os substituam, disseram Pamela Mishkin e Tyna
Eloundou, pesquisadoras da OpenAI, a empresa e laboratório de pesquisas
responsável pelo ChatGPT.
Elas fizeram um estudo semelhante, analisando as
19.265 tarefas realizadas em 923 profissões, e concluíram que os grandes
modelos de linguagem podem realizar algumas das tarefas que 80% dos
trabalhadores americanos executam.
FOLHA DE SÃO PAULO