Magnata da Virgin gastou mais de US$ 1 bi para
tocar a borda do espaço.
Passeio de Richard
Branson à gravidade zero é um marco para sua Virgin Galactic.
Richard
Branson tocou a borda do espaço na manhã de
domingo (11), realizando uma antiga ambição e conquistando o direito de se
gabar sobre seu rival Jeff Bezos na corrida para abrir o espaço suborbital ao turismo comercial.
O fundador da
Virgin, 70 anos, e outros cinco tripulantes alcançaram a altitude aproximada de
86 km acima do deserto do Novo México, rompendo as camadas mais baixas do
espaço às 9h26 locais (12h26 em Brasília).
Sua espaçonave Virgin Galactic foi transportada
sob um avião de carga especialmente projetado, antes de disparar seu próprio
foguete e subir a três vezes a velocidade do som.
O lançamento foi o
resultado de uma jornada de 17 anos, marcada por atraso e decepção, durante a
qual Branson gastou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) de sua fortuna
pessoal.
O voo tinha sido retardado por cerca de 90 minutos, depois que uma
tempestade à meia-noite soprou poeira do terreno desértico, atrasando a
locomoção da espaçonave de seu hangar no Spaceport America.
Já a bordo, Branson
disse que era "a maior experiência da vida".
Em um sinal da
guerra de marketing por turistas espaciais que está por vir, a Blue Origin
jogou água fria na façanha de Branson mesmo antes de ele rumar para o céu no
domingo.
Ela indicou que o avião espacial da Virgin Galactic não alcança a
linha de Karman —ponto a 100 km acima da superfície da Terra que marca o limite
internacionalmente reconhecido do espaço exterior.
A crítica obrigou
Branson a ficar na defensiva nos dias anteriores a seu voo. Ele indicou que os
Estados Unidos consideram que o espaço começa a 80 km de altitude e afirmou que
os passageiros de sua companhia passarão os mesmos quatro minutos em gravidade
zero que os da Blue Origin.
O voo de domingo —e a participação de Branson nele— é
ostensivamente parte da série de testes que a Virgin Galactic precisa realizar
antes de lançar as operações comerciais de fato.
O fundador da Virgin estaria
pronto para avaliar se a companhia tinha alcançado seus "objetivos de
experiência de cliente e cabine". Dois outros voos de teste estão
planejados antes do início das operações comerciais.
FINANCIAL TIMES