Empresas em busca de
mais diversidade agora querem saber menos sobre os candidatos a suas vagas para
tentar escolhê-los melhor. Elas têm adotado currículos que não trazem
informações que normalmente são entendidas como básicas, como nome, idade,
endereço e, em alguns casos, até o local onde a pessoa estudo.
Ao menos nas
primeiras etapas da seleção, essas informações são ignoradas e dão lugar a
testes práticos feitos a partir da internet. Com isso, essas empresas buscam
reduzir a influência de preconceitos inconscientes em suas decisões. Usando a
estratégia, são levadas mais em conta as competências do candidato do que se
ele recebeu uma indicação de amigo ou trabalhou em determinada empresa, o que é
comum no mercado publicitário, diz Flávia Campos, diretora da agência Artplan.
Alguns desses empregadores estão adotando o que no mercado vem sendo chamado de
seleção às cegas, usando sistema de recrutamento criado por uma startup.
Segundo levantamento
da Exec, consultoria especializada em recrutar executivos, em 2015 cerca de 8%
dos profissionais contratados tinham mais de 50 anos de idade. No ano seguinte,
esse percentual subiu para 12% e, em 2017, foi para 15%. "É uma evolução
consistente e um sinalizador importante se considerarmos que em 2005, de cada 4
mil contratados, apenas 3, em média, tinham mais de 50 anos", afirma
Carlos Eduardo Altona, sócio fundador da Exec. O envelhecimento da população e
a experiência dos profissionais mais maduros estão claramente contribuindo
para a sua valorização.
FOLHA DE SÃO PAULO