Vendas no mês do Natal caem 6,1% e varejo fecha ano
abaixo da expectativa.
Crescimento
foi de 1,2% no ano, diz IBGE; analistas esperavam alta de 5,5%.
O varejo brasileiro terminou 2020 com crescimento de 1,2%
nas vendas, mesmo com o impacto da Covid-19, informou o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10).
O dado, no entanto, veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava
que o setor encerrasse o ano com alta de 5,5%, segundo analistas ouvidos pela
Bloomberg.
O crescimento observado também foi o mais fraco nos últimos quatro
anos.
O resultado foi influenciado pela queda de 6,1% em dezembro —mês
que tradicionalmente tem alta nas vendas, relacionadas ao Natal.
De acordo com o IBGE, o resultado foi influenciado pelos
patamares de vendas elevados dos meses anteriores, pela redução do valor do
auxílio emergencial e pela inflação elevada dos alimentos.
Foi o maior recuo para o mês de toda a série histórica, iniciada
em 2000, e o segundo pior quando se leva em consideração todos os meses do ano,
ficando atrás apenas de abril de 2020, quando o setor sentiu o maior impacto da
pandemia (-17,2% nas vendas).
A expectativa de analistas ouvidos pela Bloomberg era de um
recuo de apenas 0,7% em dezembro.
Além disso, a inflação elevada dos alimentos também pesou,
avalia Santos, uma vez que o comércio em hiper e supermercados tem forte
impacto no levantamento feito pelo IBGE.
Todos os ramos de atividade tiveram queda em dezembro.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram
0,3%, outros artigos de uso pessoal e doméstico recuaram 13,8% e tecidos,
vestuário e calçados, 13,3%.
Também foram observadas quedas em equipamentos e material para
escritório, informática e comunicação (-6,8%), móveis e eletrodomésticos
(-3,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%), além de artigos
farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,6%),
combustíveis e lubrificantes (-1,5%).
Já o varejo ampliado registrou quedas em veículos, motos, partes
e peças (-2,8%) e material de construção (-1,8%) no mês de dezembro.
No geral,
o volume de vendas recuou 3,7% no mês e 1,5% no acumulado de 2020, após três
anos consecutivos de altas
FOLHA DE SÃO PAULO