Mudança no índice de reajuste do aluguel divide
lojistas e proprietários.
Votação
do tema depende da negociação no Congresso.
Lojistas e proprietários de imóveis comerciais
seguem no cabo de guerra enquanto esperam o desenrolar do projeto de lei que
pretende colocar o IPCA como índice para correção de aluguéis, e não mais o
IGP-M.
A votação do caso, que tramita com urgência na Câmara, ainda depende da negociação política entre o presidente da
Casa e os líderes partidários.
Mais de 30 associações de pequenos e médios
lojistas, como Sindilojas e Ablos, publicaram um manifesto apoiando o projeto
do deputado federal Vinicius Carvalho (Republicanos-SP).
No documento, as
entidades dizem que a substituição do índice é necessária para a sobrevivência
dos negócios e dos empregos.
Atualmente, o IPCA está na casa dos 6%. O IGP-M acumula alta de 32,02% em 12 meses.
No outro polo da disputa, Glauco Humai,
presidente da Abrasce, associação de grandes shoppings, diz que a mudança é uma
interferência indevida do poder público nos contratos privados e não resolve a
situação dos lojistas, além de espantar investidores.
Ele defende que o IGP-M seja mantido,
argumentando que as partes negociem o reajuste e os prazos do pagamento, e diz que os shoppings não estão aplicando a
correção.
“Não é disso que os lojistas precisam. Eles
precisam de dinheiro, de linhas de crédito.
Ao invés de um deputado propor
engessar contratos de aluguel, ele devia obrigar o governo a fazer empréstimos
com taxa de juro zero”, diz Humai.
A Abrasce teve uma reunião na tarde de quinta
(29) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para pedir uma posição do
governo sobre o assunto. Segundo a entidade, ele prometeu analisar e dar um
retorno em breve
FOLHA DE SÃO PAULO