A Previ divulgou em sua página na internet um comunicado a seus
associados com esclarecimentos a respeito da Operação Greenfield, da Polícia
Federal. O fundo destrincha sua participação nos fundos de investimento
investigados e afirma que os fatores que levaram seu Plano 1 a registrar o
déficit acumulado em 2015 são conjunturais e têm ligação direta com perdas de
R$ 13,4 bilhões em cinco ativos sem qualquer relação com a operação da PF:
Vale, Banco do Brasil, Neoenergia, Petrobras e Bradesco.
Deflagrada na segunda-feira, 5, em esforço conjunto com Ministério
Público Federal (MPF), Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação apura suspeitas de
gestão temerária e fraudulenta em investimentos realizados por quatro fundos de
pensão do País – Previ, Funcef, Petros e Postalis -, levantadas a partir da
análise de seus déficits bilionários.
No comunicado, o fundo frisa que os fatos imputados ao
ex-presidente da Previ Sérgio Rosa – prestação de consultoria para a OAS – se
referem a período posterior a sua atuação na Previ, quando Rosa já não exercia
o cargo e já tinha, inclusive, passado pelo período de quarentena que proíbe
trabalho em empresas em que haja conflitos de interesse. Rosa foi alvo de
condução coercitiva dentro da Operação Greenfield.
A Previ informa que dos ativos no radar da Operação Greenfield só
tem investimentos na Invepar, no FIP Sondas e no FIP Global Equity. A lista
inclui ainda os fundos de investimento em participações (FIPs) Cevix, Multiner,
OAS Empreendimentos, Enseada, RG Estaleiros e Florestal.
Em relação ao FIP Sondas, destinado a investimentos na Sete
Brasil, a Previ esclarece que aportou R$ 180 milhões em sua criação, ao lado de
outros fundos e bancos, seguindo sua política de investimentos. O fundo destaca
que não seguiu o aumento de capital da companhia por recomendação de sua área
técnica, o que levou sua participação no FIP Sondas a ser diluída de 9,9% para
2,3%.
“(…) esse investimento (FIP Sondas) foi profundamente investigado
pela CPI dos Fundos de Pensão, e como já relatado acima, a atuação da Previ foi
destacada como um exemplo na avaliação do aporte inicial e na decisão de não
acompanhar a segunda oportunidade de investimento”, diz o texto.
A Previ destaca que sua participação na Invepar estava
contabilizada em R$ 2,04 bilhões em 31 de dezembro do ano passado.
“Considerando esse valor, o retorno do investimento para a Previ representa
161,4% acima da taxa atuarial. Como várias empresas brasileiras que vem
sofrendo com a queda de PIB nos últimos três anos, a Invepar teve menor tráfego
de carros e caminhões passando pelas suas concessões rodoviárias e menos
pessoas viajando de avião”, justifica.
Sobre o FIP Global Equity, a Previ diz que investiu R$ 82 milhões
no fundo, criado em 2008 para investir em uma carteira diversificada de
construção de imóveis residenciais e comerciais destinados à venda. O fundo de
pensão afirma que “no final de 2015, ao perceber que o gestor não estava
cumprindo seu papel, a Previ, em conjunto com os demais cotistas, liderou o
processo de substituição do gestor e está adotando todas as medidas cabíveis
para reaver os valores investidos, no melhor interesse de seus associados”.
A instituição cita ainda a CPI dos fundos de pensão, afirmando que nela
comprovou deter “um modelo de governança maduro e consolidado, com criterioso
processo de análise e decisão de investimentos, compatível com as boas práticas
de mercado"
IstoÉ