AFINAL, QUAL A IDEIA POR TRÁS DA TAL MOEDA COMUM?
Ela foi citada por
Sergio Massa, ministro da Economia da Argentina, em entrevista ao Financial Times,
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na atual
visita ao país vizinho e foi tema de artigo do ministro da Economia, Fernando Haddad, na Folha.
Afinal, o que é a tal da moeda comum e para o que
ela serviria?
Para começar, o governo se apressou nesta segunda para
afirmar que o projeto, ainda em fase bem embrionária, não significa o fim do
real e a criação de uma moeda única, como é o euro –que levou décadas para se
tornar o que é hoje.
- Até para evitar engano, o
nome deve ser mudado para "unidade de conta". O objetivo é facilitar o comércio entre os países,
hoje prejudicado pela dependência do dólar, moeda que a Argentina tem de
menos.
- A avaliação é que o espaço do Brasil no
comércio internacional da Argentina foi ocupado pela China com
financiamento em moeda chinesa para os argentinos importarem produtos do
gigante asiático.
Outra alternativa para reverter
a perda de espaço dos exportadores brasileiros é um acordo acertado entre os dois países. O
financiamento às embarcações deve funcionar da seguinte forma:
- Para evitar que o Tesouro
sofra um calote do importador argentino, a Argentina deve depositar o
mesmo valor da mercadoria em títulos com liquidez internacional, que
seriam executados em caso de não pagamento.
- Ou seja, só há empréstimo e
garantia pelo lado brasileiro se a Argentina oferecer em troca garantias reais,
que são ativos líquidos conversíveis em dólar ou reais.
- O acordo derrubou as ações
do Banco do Brasil. Haddad, porém, negou que haverá risco para o BB ou
qualquer outra instituição financeira.
FOLHA DE SÃO PAULO