Stellantis vai investir R$ 13 bi até 2030 em polo
de produção no Nordeste
A Stellantis anunciou nesta quinta-feira (25) que
vai investir R$ 13 bilhões em seu polo industrial em Goiana (PE) entre 2025 e
2030, em uma estratégia para o lançamento de novas plataformas de veículos e a
melhora da competitividade produtiva diante da chegada de rivais asiáticos ao
país.
O investimento é um dos maiores já realizados por
uma empresa privada na história da região e com ele a companhia pretende, além
de lançar novos modelos de veículos, elevar o número de fornecedores locais da
fábrica pernambucana dos atuais 38 para 100.
O objetivo é conseguir economias
de custos de produção pela proximidade das peças que equipam seus modelos na
região, afirmou Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, a
jornalistas.
Em Goiana, a Stellantis produz modelos utilitários
esportivos como Jeep Renegade, Compass e Commander, além da picape Fiat Toro.
A
capacidade da fábrica é de 280 mil carros por ano, algo que a Stellantis ainda
não atingiu, afirmou o executivo, sem detalhar o nível de utilização da
unidade.
"Queremos um parque de fornecedores mais amplo
para aumentar a competitividade do polo", disse Cappellano.
"O polo
ainda sofre de falta de competitividade", acrescentou, citando questões
envolvendo infraestrutura da região e escassez de pessoal capacitado.
O executivo não deu detalhes sobre os
investimentos, mas afirmou que a fábrica receberá recursos para a produção de
veículos em plataformas que possam receber, além de motores a combustão,
propulsores híbridos, bem como haverá aportes adicionais em áreas incluindo
segurança veicular.
Segundo o executivo, atualmente o nível de
nacionalização de componentes da Stellantis no Brasil é de "mais de
80%", mas a empresa produz apenas modelos a combustão no país.
Um anúncio
sobre o primeiro veículo híbrido do grupo a ser fabricado no país deve ser
feito a partir do segundo semestre, afirmou.
Questionado sobre Goiana, Cappellano afirmou que o
índice de nacionalização do complexo está "um pouco abaixo dos 80%".
Segundo ele, "produção local significa menor custo e menor efeito de
volatilidade do câmbio nas importações e menor custo de manutenção para o
cliente".
O valor do investimento em Goiana está inserido nos R$ 30 bilhões que a companhia pretende
injetar no Brasil até 2030, conforme anúncio da Stellantis do início
de março.
O restante dos recursos, R$ 17 bilhões, serão
distribuídos pelas outras duas fábricas de veículos que a companhia tem no
Brasil: uma em Betim (MG), que produz modelos da Fiat, e uma em Porto Real
(RJ), que atualmente monta carros da Citroën.
Este ano, a Stellantis já lançou no Brasil três
veículos, incluindo a nova picape Fiat Titano e a apresentação do
"utilitário coupe" Citroën Basalt.
Até o final do ano, o grupo de
montadoras pretende lançar mais seis veículos no Brasil.
No total do plano de
investimento até 2030, serão 40 modelos novos na região, oito powertrains e
quatro plataformas "biohybrid", a marca da empresa para designar
modelos híbridos flex.
Segundo Cappellano, a Stellantis poderá fabricar um
carro elétrico no Brasil até 2030.
"Estamos contemplando lançamento de
elétrico, mas isso depende de tendência de mercado e sustentabilidade
financeira.
O problema é quanto desses carros podem ser absorvidos pelo
mercado", disse o executivo, citando que no Brasil um carro elétrico custa
R$ 10 mil a mais que um carro a combustão para ser produzido.
REUTERS