Proposta do Tesouro para teto de gastos flexível
torna limite de despesas permanente.
Regra fiscal
aprovada em 2016 tem duração de 20 anos, mas técnicos falam em buscar
'perenidade.'
A proposta de uma nova regra fiscal em elaboração pelo
Tesouro Nacional pode transformar o teto de gastos, cuja vigência atual vai até
2036, em política permanente para as contas públicas do país.
Segundo técnicos do
órgão, o desenho em discussão daria "perenidade" à regra, aprovada
pelo Congresso Nacional em 2016 com duração de 20 anos.
O novo teto de
gastos, porém, ficaria mais flexível, com espaço para ampliação de despesas em
cenários de trajetória mais benevolente da dívida pública.
Hoje, o teto é corrigido apenas pelo IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo), mas a ideia dos técnicos é que as despesas
federais possam crescer acima da inflação se o endividamento federal estiver abaixo de
determinado patamar ou em
trajetória de queda.
A proposta só deve ser apresentada
oficialmente depois das eleições, mas o Tesouro espera, ao longo do mês de
setembro, coletar impressões e contribuições de acadêmicos e agentes do mercado
financeiro. Um texto de discussão está em elaboração no órgão.
Antes mesmo de sua divulgação,
porém, a proposta tem suscitado críticas de economistas,
que veem risco de manobras para acelerar a flexibilização dos gastos sem o
custo político de mexer na regra fiscal.
FOLHA DE SÃO PAULO