DE VOLTA AOS ESCRITÓRIOS


Volta ao escritório esbarra em obstáculo: a resistência dos jovens.

Surgiu um conflito de gerações entre eles e colegas que apreciam mais trabalhar no escritório do que o trabalho remoto; superar essa divisão pode exigir flexibilidade.

David Gross, executivo em uma agência de publicidade sediada em Nova York, reuniu seus comandados via Zoom este mês para uma mensagem que ele e seus sócios estavam ansiosos por transmitir: era hora de pensar em voltar ao escritório.

Gross, 40, não estava seguro de como seus empregados, muitos na casa dos 20 e 30 anos, receberiam a ideia. 

A resposta inicial —um completo silêncio— não foi encorajadora. E aí um jovem sinalizou que tinha uma pergunta. “Vai ser obrigatório?”, ele questionou.

Sim, a presença no escritório seria obrigatória três dias por semana, foi a resposta.

E foi assim que começou uma conversa complicada na Anchor Worldwide, a empresa de Gross, que está sendo reproduzida no momento em muitas empresas, grandes e pequenas, espalhadas pelos Estados Unidos. 

Embora trabalhadores de todas as idades tenham se acostumado a trabalhar de longe e evitar a cansativa jornada de casa para o escritório, os mais jovens desenvolveram apego especial pela nova maneira de operar.

E em muitos casos, a decisão de voltar opõe gestores mais velhos, que consideram trabalhar no escritório a ordem natural das coisas, a subordinados mais jovens que passaram a considerar o trabalho remoto como completamente normal nos 16 meses transcorridos desde que a pandemia surgiu. Alguns novos contratados jamais foram ao local de trabalho de seus empregadores.

Alguns setores, como os bancos e as companhias financeiras, estão adotando linha mais dura e insistindo no retorno do pessoal, mais jovem e mais velho igualmente. 

Os presidentes-executivos de gigantes de Wall Street como o Morgan Stanley, Goldman Sachs e JPMorgan Chase sinalizaram que esperam ter seu pessoal de volta às suas baias e escritórios nos próximos meses.

Outras companhias, especialmente as de tecnologia e mídia, estão mostrando mais flexibilidade. 

Por mais que Gross deseje o retorno do pessoal de sua agência de publicidade, ele se preocupa com reter jovens talentos em um momento no qual o giro de pessoal cresce, e por isso deixou claro que existe espaço para acomodação.



FINANCIAL TIMES
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