Reforma da Previdência


Os gastos obrigatórios do Orçamento da União, que hoje representam 91% da despesa primária, estão em trajetória crescente e vão consumir 98% da despesa da União total em 2021, caso a reforma da Previdência não avance nem apareçam novas receitas atípicas.

 

As despesas obrigatórias representavam 84% do gasto total em 2013 e desde então aumentaram gradativamente para 91%. Daqui por diante elas estarão em processo de elevação em razão dos gastos com a Previdência Social, segundo dados elaborados pelo Ministério do Planejamento.

 

As duas maiores despesas obrigatórias são com o Regime Geral da Previdência, que hoje representa 8,6% do PIB, e com a folha de salários e encargos sociais do funcionalismo federal, que corresponde a 4,4% do PIB. Não basta, portanto, tratar da reforma da Previdência. O próximo governo terá que fazer, também, uma outra reforma penosa: a dos salários, das contratações e das carreiras dos servidores públicos. Se nada for feito, e os gastos obrigatórios consumirem 98% da despesa primária total, será o colapso do Estado.

 

Há cinco anos o setor público apresenta déficit primário e, se nada for feito, o déficit - que neste ano deverá ser de R$ 157,2 bilhões - continuará nos próximos anos. Com esses "buracos" nas contas, o endividamento continuará aumentando como proporção do Produto Interno Bruto, passando dos atuais 74% do PIB para 81,1% do PIB em 2021. Uma trajetória que é preocupante e insustentável.



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