'Dead malls' viram monumentos ao fim de uma era
Redes sociais
estão caminhando para fim semelhante após a ideia de formar comunidades ter
falhado.
Uma das experiências mais aterrorizantes da internet, ao menos para mim, é passear pelos
perfis de "dead malls". Pessoas que filmam o interior de shopping
centers que faliram.
Lugares enormes feitos para vender que viraram ruínas.
Muitos por não conseguirem competir com as pessoas comprando tudo online.
Há
vários perfis assim: Urbex Offlimits ou o pioneiro DeadMalls.com.
Um dead mall é um monumento à morte do terceiro lugar.
Se o primeiro lugar é
a nossa casa e o segundo é o trabalho, o terceiro é o conjunto de espaços
privados e públicos em que encontramos pessoas com as quais não necessariamente
temos vínculos: cafés, clubes, bibliotecas, parques, livrarias, igrejas, praças
e assim por diante.
São os espaços que formam comunidades. Shoppings sempre
foram uma solução imperfeita. Quando morrem, então, viram mausoléus.
Os "dead malls" estão agora chegando
também na Ásia. Após anos de exuberância econômica, os
shoppings fraquejam.
Na China, há uma busca por novas atividades que
possam revitalizar esses lugares que não conseguem mais viver do comércio.
Em 2022 a China tinha cerca de 6.700 shoppings.
Só
em 2023, foram inaugurados mais 400. Vários deles hoje lutam para não morrer
(um shopping pode ser considerado em estado terminal quando menos de 40% do seu
espaço é ocupado).
FOLHA DE SÃO PAULO