Como podemos compartilhar nosso mundo dividido
Cooperação é
essencial para que países forneçam os bens públicos globais necessários à
humanidade.
A engenhosidade
humana gerou uma economia global integrada, armas de destruição em massa e
ameaças à biosfera da qual dependemos.
No entanto, a natureza humana continua
sendo a de um primata instintivamente tribal.
Essa contradição está se tornando
mais importante que antes, à medida que a interdependência se aprofunda e a
rivalidade entre as superpotências cresce.
Isso levanta uma
grave pergunta: é possível uma humanidade dividida fornecer os bens públicos
globais essenciais?
Como Xi Jinping, líder do país com as maiores emissões de
gases do efeito estufa, decidiu nem comparecer à COP26 em Glasgow, a
resposta não parece animadora.
Os principais bens públicos globais são
prosperidade, paz e proteção contra desastres planetários, como mudanças climáticas ou pandemias graves.
Esses bens estão
interligados: sem paz entre as grandes potências, a prosperidade é, na melhor
das hipóteses, frágil; e nem a paz nem a prosperidade durarão em um mundo
devastado por catástrofes ambientais.
Os estados existem
para fornecer bens públicos e, mesmo assim, muitas vezes não o fazem.
Mas não
existe um estado global. Em vez disso, os bens públicos globais devem ser
fornecidos por acordo entre cerca de 200 países soberanos, especialmente as
grandes potências concorrentes.
Isso leva a "caronas grátis" e
disputas sobre se a planejada divisão de encargos é justa.
Após a Segunda
Guerra Mundial, a prosperidade global foi sustentada por uma colcha de retalhos
de regras e instituições projetadas e administradas por potências ocidentais,
lideradas pelos Estados Unidos.
FINANCIAL TIMES