A Argentina viu os percentuais de pobres e
indigentes saltarem em janeiro para os piores níveis em 20 anos.
As projeções são do Observatório da Dívida Social da UCA (Universidade Católica
Argentina).
Em números:
- 57% dos
argentinos (27 milhões de pessoas) estavam em situação de
pobreza no primeiro mês deste ano. No terceiro trimestre de 2023, o
percentual era de 45%.
- 15% era
a fatia de indigentes em janeiro. Em setembro do ano anterior, ela era
de 10%.
O que explica: a convivência
dos argentinos com duas décadas de regime inflacionário e a explosão dos preços
no governo de Javier Milei são apontadas pelo instituto como razões para a
pobreza seguir crescendo no país.
↳ Após ter assumido a Presidência do país, o ultraliberal
disse que a situação iria piorar antes de melhorar. Ele promoveu uma forte desvalorização do peso, acabou com os congelamentos impostos pelo seu antecessor Alberto Fernández e
diminuiu subsídios.
↳ A intenção é corrigir a distorção dos valores nas gôndolas e
estancar a impressão de dinheiro, que gera mais inflação.
↳ Nas ruas, o impacto é imediato. A classe baixa corta refeições, enquanto a classe média deixa de ir a restaurantes, opta por marcas mais baratas e cancela viagens ou
planos de saúde.
No azul: o governo Milei comemorou na sexta (16) ter atingido o superávit
financeiro em janeiro. O resultado significa que o governo arrecadou mais do
que gastou, considerando o gasto com os juros da dívida pública.
FOLHA DE SÃO PAULO