CNSaúde questionará
liberação de piso da enfermagem no STF.
Segundo
entidade, ministros do Supremo não formaram maioria sobre forma de pagamento
dos trabalhadores de hospitais privados.
A CNSaúde (Confederação Nacional
de Saúde) afirma que, na volta do recesso do Judiciário, vai questionar a
decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que liberou
o piso da enfermagem no setor privado.
De acordo com a entidade, a
decisão envolvendo os pagamentos do setor privado não atingiu maioria de 6 votos da Suprema Corte.
Os ministros do Supremo
definiram, por 8 votos a 2, que os salários do setor público serão pagos
conforme os recursos adicionais repassados pela União, de R$ 7,3 bilhões para
estados e municípios.
No caso dos trabalhadores de
hospitais privados, a definição se deu por voto médio, em que três correntes de
ministros defenderam teses distintas, porém com algumas semelhanças.
Duas delas entendiam que era necessário
criar um caminho de negociação coletiva para viabilizar os ajustes salariais e
evitar demissões –tese que prevaleceu.
A decisão anunciada nesta
segunda (3) também estabeleceu que, nos casos em que não houver acordo dentro
de 60 dias, valerá o salário instituído pela lei, de R$ 4.750 para enfermeiros,
R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.
A CNSaúde afirma que, segundo a
lei, decisões proferidas em medidas cautelares de ação direta de
inconstitucionalidade devem ser ratificadas pela maioria absoluta do Supremo
—mínimo de 6 votos—, o que aconteceu apenas na análise relativa aos pagamentos
do setor público.
"Considerando que parte da
decisão do ministro Barroso não foi referendada pelo STF, deveria permanecer
válida, nessa parte, a decisão que suspende os efeitos da lei para o setor
privado", diz a CNSaúde.
A entidade também afirma que é
insuficiente o estabelecimento do prazo de 60 dias para conclusão das
negociações coletivas.
Os hospitais avaliam que a medida não permite o tempo
necessário para a criação de mesas de negociação e desestimula os sindicatos patronais a
participarem dos acordos.
FOLHA DE SÃO PAULO