Uma
confusão durante protesto de servidores municipais de Porto Alegre contrários
ao aumento da alíquota previdenciária, logo após às 15h30min desta quarta-feira
(5), teve uma pessoa algemada e algumas atendidas no serviço da saúde da
Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Os atendidos apresentavam ardência nos
olhos devido ao efeito do spray de pimenta disparado por integrantes da Guarda
Municipal e da segurança privada do Legislativo, ao reagir à pressão de
manifestantes que tentaram ingressar nas galerias do plenário pela porta de
vidro. O empurra-empurra ocorreu enquanto os vereadores discutiam o projeto do
prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) para elevar de 11% a 14% a alíquota
previdenciária.
Quando
estourou o confronto entre municipários e Guarda e seguranças, a sessão acabou
suspensa pelo presidente Cássio Trogildo (PTB). É a segunda tentativa de levar
à votação o projeto. Há duas semanas, a mesma pressão das categorias provocou o
adiamento da votação da pauta. Um conselheiro do Sindicato dos Municipários da
Capital (Simpa) foi algemado e, logo depois, liberado na confusão. A vereadora
do PSOL, Fernanda Melchionna, levou spray de pimenta no rosto em um dos
momentos de maior tensão. Ela saiu do plenário e foi até a porta de vidro que
separada o corredor no acesso principal ao plenário. O ingresso estava sendo
dosado por senhas e em rodízio de manifestantes. Melchionna tentava mediar uma
conversa para reduzir a tensão no local.
A sessão foi retomada por volta das 16h30min, após negociação liderada
pelo vereador Claudio Janta (Solidariedade) e Mônica Leal (PP) para reduzir a
quantidade de pessoas nas galerias. Também estão no plenário integrantes do
Movimento Brasil Livre (MBL), que tem proximidade com o vereador do Felipe
Camozzato (Novo). Após às 18h30min a sessão foi mais uma vez interrompida,
quando servidores ligados ao Simpa invadiram o plenário. Na
impossibilidade de prosseguir com a votação, às 19h15min a sessão foi encerrada
em definitivo pelo vereador Valter Nagelstein (PMDB), que presidia a sessão
naquele momento.
Jornal do Comércio