Golpe com deepfake na China
aumenta preocupação sobre uso da IA.
Criminoso usou tecnologia troca de rosto para se passar por amigo da
vítima e receber 4,3 milhões de iuanes.
Um golpe no norte da China que usou tecnologia sofisticada de
deepfake para convencer um homem a transferir dinheiro para um suposto amigo
despertou preocupação sobre o potencial das técnicas de IA (inteligência artificial) para ajudar
crimes financeiros.
O país tem intensificado a
regulação de tais tecnologias e aplicativos em meio a um
aumento de fraudes baseadas em IA, envolvendo principalmente a manipulação de
voz e dados faciais, e adotou novas regras em janeiro para proteger legalmente
as vítimas.
A polícia da cidade de Baotou,
na região da Mongólia Interior, disse que o golpista usou tecnologia de troca
de rosto com IA para se passar por um amigo da vítima durante uma videochamada
e receber uma transferência de 4,3 milhões de iuanes (US$ 622 mil, R$ 3
milhões).
A vítima transferiu o dinheiro
acreditando que seu amigo precisava fazer um depósito durante um processo de
licitação, disse a polícia em comunicado no sábado (20).
O homem só percebeu que havia
sido enganado depois que o amigo expressou desconhecimento da situação,
acrescentou a polícia, dizendo que recuperou a maior parte dos recursos
roubados e está trabalhando para rastrear o restante.
O caso desencadeou uma discussão
no Weibo sobre a ameaça à privacidade e segurança online, com a hashtag
"#golpes com IA explodindo em todo o país" ganhando mais de 120
milhões de visualizações na segunda-feira (22).
"Isso
mostra que fotos, vozes e vídeos podem ser utilizados por golpistas",
escreveu um usuário.
"As regras de segurança da informação podem
acompanhar as técnicas dessas pessoas?"
REUTERS