Companhias
aderem a esquema de prestação de contas ambiental em Davos
Indicadores devem ser adotados na
contabilidade das grandes empresas a partir de 2021 .
As
quatro grandes companhias mundiais de auditoria e dezenas das maiores empresas
do planeta aderiram ao esforço mais abrangente já empreendido para responder
pelo impacto social e ambiental dos negócios.
Uma
nova estrutura, lançada na quarta-feira (22) no Fórum Econômico Mundial de Davos,
permitirá que reportem seus indicadores empresariais sobre questões como
padrões de emprego e o meio ambiente, diante das metas de desenvolvimento
ambiental das Nações Unidas.
Os
indicadores, criados pelo Conselho Internacional de Negócios do Fórum Econômico
Mundial, também devem ser adotados na contabilidade das grandes empresas a
partir de 2021.
O
conselho não identificou as companhias que aceitaram os padrões, mas, em uma
votação anônima durante uma reunião em Davos na terça-feira (21), dois terços
de seus integrantes declararam que adotariam a iniciativa imediatamente.
No entanto, uma pesquisa informal entre
participantes do fórum determinou que apenas um terço deles confiava em que os
indicadores seriam adotados plenamente dentro dos próximos cinco anos.
Os
novos indicadores do conselho de negócios terão foco em quatro setores:
governança, planeta, pessoas e prosperidade.
Foram inspirados por modelos existentes
de prestação de contas como o SASB, Global Reporting Initiative e TCFD, e
também levarão em conta a nova taxonomia da União Europeia, que define
instrumentos verdes.
As
companhias prestarão contas sobre sua ética empresarial, sustentabilidade e sobre como tratam seus
trabalhadores.
“[Os
indicadores] determinarão as coisas que esperamos ver nos anúncios de
resultados financeiros’, disse Sharon Thorne, presidente mundial da Deloitte.
A
prestação de contas não estará limitada a fatores que sejam considerados
financeiramente relevantes.
“Isso é importante porque impactos que sejam financeiramente relevantes para as
empresas, embora importantes, contam só metade da história”, disse Tim Morin,
presidente-executivo da Global Reporting Initiative.
“As empresas precisam
levar em conta todas as partes interessadas [‘stakeholders’] e não só seus
acionistas”.
FOLHA DE SÃO PAULO