O presidente Michel Temer anunciou que, depois das eleições, pretende
convidar seu sucessor para, juntos, tentarem aprovar a reforma da Previdência
ainda neste ano e, portanto, antes do início do futuro governo. Temer se diz
convencido de que, seja quem for o presidente, terá de aprovar a reforma e o
melhor será se puder já assumir sem esse peso e essa responsabilidade nas
costas.
“Estou disposto a fazer um acordo com o futuro presidente, porque ainda
dá tempo de aprovar a reforma da Previdência neste ano, em outubro, novembro e
dezembro”, disse Temer em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, na
sexta-feira (11), no Palácio do Planalto, em que desfiou dados para comemorar
os dois anos que seu governo completou neste sábado (12).
Ao falar em “sucessor”, ele pode ter descartado a própria candidatura à
reeleição, por ato falho ou não. A intenção do presidente é dar continuidade ao
próprio projeto de reforma da Previdência que o seu governo apresentou e está
em tramitação no Congresso, mas, na sua opinião, foi solapado pelas duas
denúncias apresentadas contra ele pelo então procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. Temer mantém a convicção de que, se não tivesse sido alvo de
Janot e dessas denúncias, a história seria outra. Ou seja, a reforma já estaria
aprovada.
Temer também minimizou dois obstáculos para essa nova investida a favor
da reforma: a intervenção federal na segurança pública do Rio, que impede a
aprovação de emendas constitucionais, e a falta de quórum no Congresso, em ano
em que haverá Copa do Mundo, convenções partidárias e campanha eleitoral.
Quanto à falta de
quórum, lembrou que a eleição para a Câmara dos Deputados é em apenas um turno
e será encerrada em 7 de outubro. A partir daí, ele já pretende entrar em campo
para mobilizar os atuais deputados pela aprovação da reforma, facilitando o
início do novo governo.
DINHEIRAMA