Leilões de imóveis vivem boom no Brasil com
digitalização e novo perfil de investidor.
Estratégia popular
nos EUA de comprar, reformar e vender propriedade ganha espaço e exige atenção
a localização e custos da obra
Comprar imóveis por meio de leilões tem
atraído um número crescente de brasileiros, não apenas em busca da casa
própria, mas como uma estratégia de investimento.
Segundo especialistas do setor,
a tendência é uma resposta ao encarecimento do crédito imobiliário e um reflexo
direto da digitalização —que democratizou o acesso e modificou a dinâmica das
aquisições.
De acordo com levantamento da Abraim (associação
que representa os interesses dos arrematantes de imóveis em leilões) em
parceria com o Leilão Imóvel, o número dessas disputas por imóveis cresceu 24%
em 2024.
Foram 275 mil imóveis vendidos por esse sistema no ano passado,
movimentando um total de R$ 200 bilhões.
Investidores
no mercado de leilões imobiliários têm se concentrado em duas estratégias: o
"house flipping" e a aquisição para locação de curto prazo.
A
prática do "house flipping", popularizada nos Estados Unidos,
consiste em adquirir propriedades, realizar reformas e revendê-las por um valor
mais alto.
O leilão se tornou um canal atraente para essa estratégia, porque
permite a compra de imóveis, muitas vezes desocupados e necessitando de
melhorias, por valores abaixo do preço de mercado.
A
Caixa, por exemplo, responsável por cerca de 70% dos financiamentos no país,
leiloou 47 mil imóveis em 2024, mais de cinco vezes o volume de 2022 (9.000
imóveis).
O aumento de imóveis disponíveis nessa modalidade ainda retrata o impacto da pandemia na
economia, mas também é justificado
pela alta da taxa Selic, que eleva os juros de financiamento.
FOLHA DE SÃO PAULO